segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O caminho de uma alma qualquer em um mundo nenhum

A alma vagueava no Vale Sombrio dos Desejos.
Negrume névoa que venta sem saciar
da brisa sublime, acariciando seu ventre.
Uma alma a inventar uma veemente história que parecesse ser verdadeira.
Na criação de seu ideal incrivelmente fantasioso
era, a alma, todo aquele que acreditava ser.
E seu trabalho aumentava dia-dia
conforme o que confiava, sua mente, ser deveras.
Verossímil, era, somente na imaginação.
De um fértil campo na aurora da minha vida.
No perfume da infância querida deleitava-se em seu engenhoso devaneio.
Na cidade das Vontades seus desejos concedidos,
bebendo da fonte do emaranhado de sua mente
crescia as aspirações só alcançadas naquele mundo de ilusão.
Voa alto, desce e infla,
como a vida de um balão segue a alma seu destino.
Sem saber a distinção entre isso ou aquilo,
Transitando entre o ser e não-ser,
O que é
E tudo que são.
É somente uma alma perdida na utopia de um lugar estável onde todos somos normais.